Sexta-feira, 9 de Fevereiro de 2007

Vida de Almeida Garrett

Almeida Garrett
 
Almeida Garrett (João Batista da Silva Leitão)
[Porto, 1799 - Lisboa, 1854]
 
Escritor e político português. Nasceu no Porto, a 4 de Fevereiro de 1799 e faleceu a 9 de Dezembro de 1854, vítima de cancro, em Lisboa, na sua casa situada na actual Rua Saraiva de Carvalho, em Campo de Ourique.
Baptizado como João Leitão da Silva, o autor só mais tarde acrescentou ao seu nome o patronímico Baptista (em honra do padrinho) e os apelidos Almeida Garrett (o primeiro da avó materna; o segundo da avó paterna, de origem irlandesa) que o haviam de imortalizar na política, cultura e literatura portuguesas.
A sua infância foi passada até aos dez anos em Vila Nova de Gaia, entre a Quinta do Castelo, na margem sul do Douro, e a Quinta do Sardão (ambas pertencentes à sua família).
Por altura da tomada do Porto pelas tropas Napoleónicas do general Soult, mudou-se com a família para a ilha Terceira. Enquanto permaneceu nos Açores João Baptista, estudou Latim e Grego, literatura clássica e filosofia, com dois tios: João Carlos Leitão e o poeta e humanista D. Frei Alexandre da Sagrada Família, que foi Bispo de Malaca e de Angra, e bispo eleito do Congo e de Angola. Sob a influência dos tios e desejo dos pais, o jovem Garrett pensa abraçar a carreira eclesiástica, ideia que depressa abandona por não se sentir vocacionado para sacerdote. E aí começou a escrever sob o pseudónimo Josino Duriense, ainda influenciado pelo estilo clássico.
De regresso ao Continente, matriculou-se em 1816 no curso jurídico da Universidade de Coimbra, entrando em contacto com as ideias liberais. Foi nessa mesma cidade que fundou uma sociedade maçónica com Manuel da Silva Passos e José Maria Grande.
Ao mesmo tempo, Garrett dedicou-se à literatura, onde pôs em prática os seus conhecimentos e escreveu várias obras, como o drama Xerxes, a tragédia Lucrécia e O Retrato de Vénus, obras que tinham uma temática política em oposição à formação arcádica obtida.
Concluída a formatura em Direito, parte em 1820 para Lisboa onde, participa na revolução liberal.
Em 1821, durante a representação da tragédia Catão, conhece aquela que virá a ser sua mulher, Luísa Midosi.
Em 1823, na sequência do levantamento miguelista conhecido como Vila-francada e do restabelecimento do absolutismo, Garrett tem de abandonar o seu cargo na Secretaria dos Negócios do Reino e é preso na Cadeia do Limoeiro, em Lisboa, partindo daí a pouco tempo para o exílio político, primeiro em Inglaterra, na cidade de Birmingham, e depois em França, no Havre. Garrett e a família vivem com muitas dificuldades, uma vez que o poeta apenas consegue emprego num banco, como correspondente comercial. Entretanto escreve e publica em Paris os poemas Camões (1825) e D. Branca (1826), influenciados pelas leituras que fez das obras de Shakespeare, Byron e Walter Scott durante o primeiro exílio inglês.
Regressou a Portugal em 1826, destacando-se então pela sua actividade jornalística.
Em 1928, com o retorno de D. Miguel a Portugal, Garrett vê-se obrigado a partir para um segundo exílio inglês. Desta vez, tendo por emprego o cargo de secretário particular do Duque de Palmela, também exilado, fixa-se em Plymouth. Em Londres publica Adozinda e Bernal Francês (mais tarde inseridos no Romanceiro) e a Lírica de João Mínimo (1829), que reúne poemas escritos desde a juventude.
Em 1834 Garrett vive na Bélgica onde é Consul-Geral e Encarregado de Negócios de Portugal. Naquele país Garrett entra em contacto com as obras dos grandes escritores românticos alemães, como Goethe e Schiller, que muito influenciaram o seu estilo literário e a sua concepção de arte.
amigos de garrett

Almeida tarém em Viagens na Minha Terra (http://faroldasletras.no.sapo.pt/garrett.htm)

Em 1843 a Revista Universal Lisbonense publica em folhetins a primeira parte do romance Viagens na minha Terra (obra cuja edição só ficou concluída em 1846), inspirada por um passeio ao Ribatejo, numa visita a Passos Manuel, então na oposição ao governo de Costa Cabral. A primeira representação de Frei Luís de Sousa, com Garrett no papel de Telmo, acontece também em 1843, no Teatro da Quinta do Pinheiro. A tragédia é publicada no ano seguinte em 1844.
De novo eleito deputado em 1852, Almeida Garrett escreve, e lê na Câmara, o Discurso de Resposta ao Discurso da Coroa, tendo logo a seguir sido nomeado Par do Reino.
Nos anos do cabralismo e seguintes, afastado da política, frequenta a sociedade elegante e escreve as peças Tio Simplicio, Falar Verdade a Mentir, Um noivado no Dafundo. Em 1848 é representada no Teatro de D. Maria II A sobrinha do Marquês, que é publicada logo a seguir. Com Alexandre Herculano, Rodrigues Sampaio, Rebelo da Silva e José Estevão, é nomeado para a redacção de um novo projecto de lei eleitoral em Maio de 1851.
Em 1851, Garrett é feito visconde de Almeida Garrett em duas vidas, e em 1852 sobraça, por poucos dias, a pasta dos Negócios Estrangeiros em governo presidido pelo Duque de Saldanha.
No ano de 1853 publica as duas edições de Folhas Caídas (a segunda com o título Fábulas: Folhas Caídas). Garrett está já muito doente quando começa a escrever aquele que seria o seu terceiro romance, Helena.
Este senhor teve uma vida tão apaixonante quanto a sua obra. Revolucionário nos anos 20 e 30 distinguiu-se posteriormente sobretudo como o tipo perfeito do dandy, ou janota, tornando-se árbitro de elegâncias e príncipe dos salões mundanos. Foi um homem de muitos amores, que se separou da esposa e passou a viver em mancebia com D. Adelaide Pastor Deville, com quem teve uma filha, até à morte desta em 1841. A partir de 1846, a sua musa foi a viscondessa da Luz, Rosa Montufar Barreiros, inspiradora dos arroubos românticos das Folhas Caídas.
 
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